Após seis anos promovendo apresentações gratuitas em turnês para mais de 200 mil pessoas pelo Estado de São Paulo e ensinando educação musical para jovens e crianças, a Orquestra Jazz Sinfônica de São João da Boa Vista encerrou as atividades. O motivo: falta de patrocínio.
A última apresentação foi no dia 4 de março. O maestro Agenor Ribeiro, criador da orquestra, anunciou o fim por falta de patrocínio. O custo anual do trabalho é de um R$ 1,3 milhão. A verba era repassada por uma empresa privada através de uma lei federal de incentivo cultural.
Viver de música no país não é fácil, mas estou esperançosa de que os empresários de São João não vão deixar que esse projeto maravilhoso acabe"
Lia Figueiredo, cantora
“O irônico que enquanto se critica tanto a Lei Rouanet, aqui tem um projeto sério, com alcance cultural, contas aprovadas. E aí estamos passando essa fase de dificuldade”, desabafou Ribeiro.
Entre os músicos o sentimento é de tristeza e revolta. “Todo mundo veste a camisa quando tem algum evento ou projeto, então é um pouco de sentimento de revolta também”, desabafou a flautista Sara Ramos.
“Viver de música no país não é fácil, mas estou esperançosa de que os empresários de São João não vão deixar que esse projeto maravilhoso acabe”, contou a cantora convidada Lia Figueiredo.
O grupo de 86 músicos recebia uma ajuda de custo de R$ 600 por mês para se apresentar. Alguns davam aulas para 130 alunos da orquestra, que têm entre 10 e 18 anos e não pagavam mensalidade. As aulas ocorriam no prédio da estação de São João, em uma sala cedida pela prefeitura.
Alunos, pais e professores de música também lamentaram o fim do trabalho. “A gente fica muito triste, porque eles aprendem e é uma ocupação”, contou Fabiana Batista que é mãe de um aluno.
“A orquestra transformou a vida de quase 100 mil habitantes dessa cidade que passaram a ter outro gosto musical. É um prejuízo para a nossa cidade inteira”, disse a jornalista Telma Salles.
Busca de patrocínio
Segundo o diretor de Cultura e Turismo, Hélio Correa Fonseca, a prefeitura está em busca de outros patrocinadores. “O custo para manter a orquestra é impossível para nosso orçamento municipal, precisamos que as empresas se sensibilizem e possam voltar a colaborar através de leis de incentivo cultural”, declarou.
Fonte: G1 - São Carlos e Araraquara
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