São João, Araraquara e Rio Claro tiveram alta nessas operações. Clientes usam o dinheiro para evitar os juros mais altos do cheque especial.
Com a crise, muitos idosos têm recorrido ao crédito consignado para ajudar a complementar a renda e pagar contas. Em São Carlos (SP), a procura por esse tipo de crédito aumentou 62% e, em São João da Boa Vista, 61% de janeiro a julho deste ano em relação ao mesmo período de 2015. Em Araraquara, a alta foi de 51%, em Rio Claro, de 35%, e, em Araras, de 21%.
Dono de uma instituição financeira em São Carlos, Bento Carlos Roque contou que desde fevereiro deste ano a procura por empréstimo consignado aumentou 40% por vários motivos, entre eles pagamento dívidas, viagens, reforma na casa e, na maioria das vezes, para evitar as altas taxas de juros dos bancos.
“O cartão de crédito é o vilão do mercado, com juros que chegam a 500% ao ano. No consignado você tem uma taxa de 53%, 60% ao ano. Ele te dá a opção de ter um crédito barato, um prazo longo para pagar e realmente resolver o seu problema financeiro”, explicou.
Em outra instituição financeira da cidade, a procura por esse tipo de crédito subiu entre 30% e 50% em relação ao mesmo período do ano passado, ressaltou a proprietária, Tatiana Terense Garcia.
Ajuda na renda
A dona de casa Iracy Novaes de Oliveira é aposentada, mas o que recebe não cobre todas as despesas e apenas neste ano já fez vários empréstimos. “O custo de vida está caro, então não tem como eu ficar sem dinheiro”, contou.
A vendedora Julia Fernanda de Oliveira faz salgados para vender, uma forma de complementar a pensão que recebe do marido, que morreu há 10 anos. Ainda assim, ela não tem conseguido manter a casa onde vivem mais seis pessoas. Para não atrasar e mesmo deixar de cumprir com as obrigações, a vendedora recorre ao empréstimo consignado.
“Sempre me ajuda muito bem porque é um dinheiro extra que entra para ajudar a pagar conta de água, de luz, alimentos para a casa”, disse.
Mas nem todo mundo pode contar com essa forma de empréstimo. Por ser um crédito que desconta as parcelas do salário ou benefício, a opção está liberada para funcionários públicos, pensionistas, aposentados pelo INSS e trabalhadores com carteira assinada ou se a empresa tiver convênio com um banco, e os especialistas recomendam que as prestações mensais não sejam maiores que 30% do salário ou benefício.
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